Avançar para o conteúdo principal

Como será voltar?



Como será voltar?

Voltar a casa é partir
Deixar-me levar
Seguir sem rumo
Sem saber quando tornar.

Voltar a casa é saber esperar,
depois correr,
e não saber quando regressar
Sentir a saudade que aperta,
como se tivéssemos deixado a pátria no fundo do mar.

Voltarei um dia aos braços da minha terra?
Terra inalcançável de outrora,
mas que agora, agora sim quero chegar.

Como será voltar?


Texto: Clara Marchana
Imagem: Filme The Wizzard of Oz (1939), realizado por Victor Fleming

Comentários

Juliett Farnesse disse…
o destino refere-se ao desengate não porque é incerto
Anónimo disse…
olá clara, que lindo o teu poema de como será voltar. Gosto muito e sinto-o também-. espero que estejas bem! um abraço. é inspirador o teu blog :)
marina
m disse…
não era para ser anónima foi um erro de botôes no computadore. caramba.
Clara Sofia disse…
Olá Marina,
muito obrigada:) É bom saber que os textos ecoam e chegam ao outro.
Abraço para ti também*

Mensagens populares deste blogue

Sinceridade

Para ser sincera. Sem sorriso. Melancolia. Parece que sinto mais a vida, filigrana de cristal. Olho para as coisas já com saudade. Esmurraça-me. Fiquei comovida, ao ter olhado para o outro, que se manifesta triste com os outros, que pensa sozinho em voz alta, dizendo que se apercebe o quanto os outros se movem apenas pelo dinheiro. Depois toca piano devagar e baixinho, olhando para o vago em frente. Há pouco tinha tocado para a filha pequena, que está longe, através de uma webcam, um mini-recital para doze crianças da sua classe e a professora. Passou o dia anterior e a manhã seguinte a preparar- se para aquele momento. A filha fez-lhe um bolo para o Dia do Pai. As crianças olhavam para ele contentes, enquanto ele tocava, um pai pianista, bateram-lhe muitas palmas, pedindo-lhe para agradecer em forma de vénia. Ao final de cada peça que tocava, pediam-lhe que repetisse a vénia vezes e vezes sem conta. Ficaram contentes com um dia de aulas diferente. Eu escutava o p...

Amuada

  Quero ler mais. Não quero estar dependente de ecrãs, nem de notificações, nem mensagens automáticas dos serviços públicos, nem imagens e videos constantemente felizes, de realidades distantes, de casas ricas ou imagens do excelente profissional, cheio de trabalho e super requisitado, cheio de competências, nem de corridas competitivas, nem de prazos de candidaturas que cada vez mais requerem uma equipa cada vez maior e mais especializada em números, em economia, marketing e direito. Quero mais humano. Mais afetos. Mais empatia, compreensão amor, respeito, dádiva,  mais utopia. Mais liberdade para sonhar, sem ser invadida de pensamentos e listas de deveres e obrigações infindáveis para cumprir, que nunca mais acabam e que tendem a aumentar. Isto é mesmo para acabar com qualquer ser humano, este sistema cada vez mais máquina, mecânico, robótico, "algoritmico", numérico, mais rápido, competitivo, indiferente, especialista e destrutivo, exploratório de todas as mensagens de amo...

Eu quero andar à chuva

Será isso o que precisamos? Andar à chuva? Voltar a ser criança? Ou para quem não teve a oportunidade de o ser, sê-lo agora e relembrar tudo aquilo que o tempo o fez esquecer, ser livre. Texto: Clara Marchana “ Everybody 's Free (To Wear Sunscreen )” Music Video . 1999 - More amazing videos are a click away