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O direito à vida


De vez em quando, permaneço alguns dias sem encontrar as palavras justas ou talvez injustas, se posso assim dizer, para escrever. Existem determinados assuntos que prefiro não tocar, pelo menos por enquanto, porque talvez ainda não me sinta preparada para discuti-los ou expôr o que tanto se discute e se fala neste momento. Mas eles batem à porta e permanecem ali dias e dias, a persistirem, para que os deixe entrar.
Não posso ficar indiferente a tudo isso, não posso ficar indiferente ao que se passa neste momento na Faixa de Gaza e talvez possa também apelar para que ninguém fique indiferente ao que está a acontecer nas terras palestinianas.
Onde estão os direitos humanos básicos aplicados pelo Governo de Israel?
Esta guerra é cruel, indiscriminada, trágica, criminosa, violenta, martirizante, agoniante, injusta, indigna, humilhante, impiedosa, repressiva, chocante, brutal, vergonhosa, exterminadora, desastrosa, é um genocídio e um atentado a seres humanos inocentes, vítimas de uma situação que chegou a um ponto incompreensível, a um limite, sem saída, e que lentamente lhes roubam o direito à vida.
A palavra é importante, façamo-nos ouvir, manifestemo-nos, para que as nossas vozes cheguem onde têm de chegar e àqueles que as precisam de escutar.

Texto: Clara Marchana

Comentários

Anónimo disse…
vê o filme "paraíso agora" de Hany Abu-Assad, paradise now no original.
imperdível. este filme tem 2 anos fez-me despertar e começar a perceber o drama palestino. foi o primeiro filme palestiniano a ser nomeado para os oscares. fez-me chorar.

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