pontes tortas
Ficámos a olhar o oceano de frente, as emoções bailavam histéricas.
Pensava em como era fácil entender o significado das palavras, quando se encontram sozinhas, mas o difícil era entender quem as pronuncia, e as transporta, ou decide apenas ser transportado por estas. É como tentar chegar à raiz das metáforas. Que quererão dizer? Que revelam? É como várias pessoas cozinharem o mesmo prato de comida, com os mesmos ingredientes, as mesmas quantidades, e mesmo assim o prato sairá diferente, dependendo de quem o cozinhou.
Queria estar contigo, ficar mais tempo, prolongar-te a presença, mas não chegavas à raiz das minhas metáforas, nem eu às tuas. Ou pelo menos era o que me dizias, que não te entendia.
Duas crianças a olharem o pôr do sol, enquanto ocorriam batalhas dentro delas, enquanto a impossibilidade as separava cada vez mais, o pôr do sol descia, caía dentro do horizonte. Não vás já sol, deixa-me imaginar que ele está aqui comigo a ver-te também. Queria pensar que ainda havia esperança, que um dia ainda nos iríamos encontrar e amar, sem traduções, sem pontes tortas, exatamente na mesma metáfora, no mesmo significado, na mesma raiz, no mesmo sabor da maturidade.
Duas crianças a olharem o pôr do sol, enquanto ocorriam batalhas dentro delas, enquanto a impossibilidade as separava cada vez mais, o pôr do sol descia, caía dentro do horizonte. Não vás já sol, deixa-me imaginar que ele está aqui comigo a ver-te também. Queria pensar que ainda havia esperança, que um dia ainda nos iríamos encontrar e amar, sem traduções, sem pontes tortas, exatamente na mesma metáfora, no mesmo significado, na mesma raiz, no mesmo sabor da maturidade.
Texto: Clara Sofia
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