O presbitério
O relógio de pulso desfez-se nas suas mãos,
espalhou-se em mil pedaços,
quis arranjá-lo,
meticulosamente mexeu nos ponteiros, que saíram do lugar,
meticulosamente mexeu nos ponteiros, que saíram do lugar,
tudo se misturou,
minutos com horas, horas com segundos,
quanto mais o tentava consertar,
mais tudo se misturava.
Perdeu o tempo
Abandonou a vontade de tentar,
tem de sair,
está atrasada, não sabe das horas,
mas já não importa.
Ele insiste, não a quer deixar ir,
naquele presbitério,
quer abraçá-la,
mesmo com o tempo perdido,
ela tem de correr,
e ofegante, saltou dali com o coração na boca.
Texto: Clara Sofia
Comentários