Sobre solidão
Sinto-me só.
Que difícil é estar só.
E eis que chegam os medos engalfinhados, esfaimados,
que tentam sobreviver,
desarrumando tudo,
deixam tudo de pantanas,
nada resta no seu lugar, nada.
Permaneço imóvel, ao ver tudo isto a girar à minha volta,
à espera que abrande a marcha destes bichos.
Fico quieta sem os perturbar.
Espero que passem.
Nunca os tinha visto passar tão perto de mim,
fugia sempre,
fugia sempre,
são apenas seres assustados,
que precisam de lanternas, para reencontrar o caminho de regresso a casa.
-Voltem a casa, medos esfaimados,
alimentem-se de canções de embalar até adormecer, e depois
dissolvam-se em partículas de pó de estrelas, transformem-se em luzes bonitas,
e façam-me estar descansada.
Texto: Clara Marchana
Imagem: Encontrada na net sem créditos
Comentários
Mal de te amar neste lugar de imperfeição
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e nos separa
Sophia de Mello Breyner Andresen
Guarde suas palavras no coração, com a certeza de que jamais estará sozinha.
bjs green
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem
Sophia de Mello Breyner Andresen
são apenas seres assustados,
que precisam de lanternas para reencontrar o caminho de regresso a casa.
-Voltem a casa, medos esfaimados,
alimentem-se com canções de embalar até adormecerem e depois
dissolvam-se em partículas de pó de estrelas, transformem-se em luzes bonitas,
e façam-me estar descansada."
É bom saber que ainda existem recantos onde as palavras ainda possuem o dom de nos tocar, que ainda não morreram, ainda não se transformaram num "dialecto sem expressão".
Belas palavras as suas.
é bom sentir que o que escrevemos consegue chegar ao outro, que lhe toca.
Bençãos para si
Beijo!
Beijinho!
Eco-kisses