Avançar para o conteúdo principal

Viva, viva la Befana!


Hoje feriado, é dia da Befana e por toda a Itália se festeja.
É o dia em que todas as crianças, assim que acordam, correm para perto da chaminé ou para quem não a tem, como é o caso destas novas casas de cidade, pode ser qualquer coisa que se pareça ou simbolize uma chaminé, digamos por exemplo, que o portal de entrada da Befana, pode ser perfeitamente em cima do fogão debaixo do exaustor.
A Befana é uma personagem de origem popular que surge no último dia da quadra natalícia, trata-se uma bruxa velha, amiga e protectora das crianças, que na noite anterior, vai de casa em casa deixar doces, chocolates, rebuçados, e toda a espécie de guloseimas, dentro das meias que estão penduradas perto da chaminé, isto é, recebe todas estas iguarias a criança que se portou bem durante todo o ano, pois quem não se portou bem, ela enche-lhe a meia de "carvão", um carvão comestível claro, passo a explicar, este carvão é um doce mas com a mesma forma e côr do carvão, e é delicioso, parece mesmo carvão, mas não é, por isso mesmo para quem não se portou muito bem ou se portou muito muito mal, ainda tem direito a regalar-se com este carvão doce!
Todos estes presentes são símbolo do ano novo que entra, e os votos de um ano melhor, e a Befana é uma velha bruxa associada ao ano velho que passou, símbolo da morte, que vem deixar e oferecer presentes, símbolo do novo, de um renascimento na luz, no novo sol do novo ano.
Mas a Befana não vem só às crianças, na verdade pode vir a toda a gente, e este ano pela primeira vez ela encheu-me a meia cheia de doces.

"La Befana vien di notte,
con le scarpe tutte rotte,
con le toppe alla sottana,
viva, viva la Befana!"

Rima popular italiana

Texto: Clara Marchana

Comentários

sonoio disse…
esta fiesta me parece tan buena como los reyes magos y muchó más que la de papá noel!!

saludos

Mensagens populares deste blogue

Sinceridade

Para ser sincera. Sem sorriso. Melancolia. Parece que sinto mais a vida, filigrana de cristal. Olho para as coisas já com saudade. Esmurraça-me. Fiquei comovida, ao ter olhado para o outro, que se manifesta triste com os outros, que pensa sozinho em voz alta, dizendo que se apercebe o quanto os outros se movem apenas pelo dinheiro. Depois toca piano devagar e baixinho, olhando para o vago em frente. Há pouco tinha tocado para a filha pequena, que está longe, através de uma webcam, um mini-recital para doze crianças da sua classe e a professora. Passou o dia anterior e a manhã seguinte a preparar- se para aquele momento. A filha fez-lhe um bolo para o Dia do Pai. As crianças olhavam para ele contentes, enquanto ele tocava, um pai pianista, bateram-lhe muitas palmas, pedindo-lhe para agradecer em forma de vénia. Ao final de cada peça que tocava, pediam-lhe que repetisse a vénia vezes e vezes sem conta. Ficaram contentes com um dia de aulas diferente. Eu escutava o p...

Amuada

  Quero ler mais. Não quero estar dependente de ecrãs, nem de notificações, nem mensagens automáticas dos serviços públicos, nem imagens e videos constantemente felizes, de realidades distantes, de casas ricas ou imagens do excelente profissional, cheio de trabalho e super requisitado, cheio de competências, nem de corridas competitivas, nem de prazos de candidaturas que cada vez mais requerem uma equipa cada vez maior e mais especializada em números, em economia, marketing e direito. Quero mais humano. Mais afetos. Mais empatia, compreensão amor, respeito, dádiva,  mais utopia. Mais liberdade para sonhar, sem ser invadida de pensamentos e listas de deveres e obrigações infindáveis para cumprir, que nunca mais acabam e que tendem a aumentar. Isto é mesmo para acabar com qualquer ser humano, este sistema cada vez mais máquina, mecânico, robótico, "algoritmico", numérico, mais rápido, competitivo, indiferente, especialista e destrutivo, exploratório de todas as mensagens de amo...

Eu quero andar à chuva

Será isso o que precisamos? Andar à chuva? Voltar a ser criança? Ou para quem não teve a oportunidade de o ser, sê-lo agora e relembrar tudo aquilo que o tempo o fez esquecer, ser livre. Texto: Clara Marchana “ Everybody 's Free (To Wear Sunscreen )” Music Video . 1999 - More amazing videos are a click away