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Entre o impulso e a espera


Luta de resistências.
Entre o impulso da acção e o saber esperar.
Entre a necessidade e a crítica e o questionar essa mesma necessidade.
Que luta desnecessária, penso eu,
mas ao mesmo tempo, parece-me que se esta luta existe, se está aqui, bem presente, a fazer-se sentir, terá de ser por alguma razão.
Mas que coisa tão pessoal e, ao mesmo tempo, tão interna, tão minha.
Que importância terá? Se quando olho o exterior parece-me apenas uma tempestade num copo de água,
ou uma coisa pequenina, como um miar de uma gato acabado de nascer.
Sinto coisas tão fortes e tão antagónicas entre si.
Como se faz a sua fusão?
Não deve ser possível.
E se não é possível, poderá estar-se assim, neste jogo de forças, por quanto tempo?
Chegará um momento em que se dissolverão uma na outra, atingindo a perfeita fusão?

Texto: Clara Marchana

Comentários

Anónimo disse…
apetece-me mandar-te um beijinho. M.

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