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Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2010

Palavras sem mim

Paris, Palavras sem dias, dias sem palavras, palavras sem mim. Existem momentos em que cicatrizamos devagar. Texto: Clara Marchana

"Catching the line"

Um pequeníssimo filme que fiz com a minha velha máquina fotográfica digital, numa tranquila tarde Verão do ano passado, na cidade de Mântua em Itália. A música que escolhi chama-se Transformation do álbum Les ailes pourpres pela The Cinematic Orchestra.

Longe da realidade ou demasiado próximos dela?

O que se estará a passar? Permaneço incrédula perante aquilo vejo e a que assisto aqui em Itália, especificamente na cidade de Roma. O que mais se vê por aqui, são situações de uma desumanidade proeminente e uma espécie de doença de escassez de moral e valores, que a meu ver, é a pior, pois é aquela que mata sem que nos possamos aperceber, que come pelo esquecimento até apagar tudo como um vírus no computador. Assistimos um pouco por toda a parte, relativamente a males de desumanidade mas a frequência deste tipo de acontecimentos, nesta cidade, é coisa recorrente e banal, e podem ir do mais variado ao impossível de se imaginar. Basta apenas sair de casa para que nos comece a chover todo o tipo de situações cruas e surreais. A tal ponto que ser desumano, cruel e mais todo o tipo de adjectivos e sinónimos que a aqui se poderiam juntar, fariam lista interminável, são coisa de quotidiano normal e natural. O mais absurdo é que quem sai fora deste eixo e não corresponde aos pad...

Pormenores quotidianos

Ela adora, pela manhã, ir à rua tomar café. Chega ao café, e observa. Senta-se e escuta as pessoas que estão à sua volta. Tira o caderno, a caneta da sua mala de lã côr de laranja e rosa e começa a escrever, enquanto bebe lentamente o café. Ora olha, ora bebe, ora olha, ora escreve, ora garrafa, ora 50cl, ora água, ora copo, ora bebe, ora mesa, ora cadeira, ora telemóvel, ora sente, ora sorri, ora palavra, ora um olhar, ora um silêncio, ora levanta-se, ora paga, ora sai e volta a casa. Texto: Clara Marchana

Viva, viva la Befana!

Hoje feriado, é dia da Befana e por toda a Itália se festeja. É o dia em que todas as crianças, assim que acordam, correm para perto da chaminé ou para quem não a tem, como é o caso destas novas casas de cidade, pode ser qualquer coisa que se pareça ou simbolize uma chaminé, digamos por exemplo, que o portal de entrada da Befana , pode ser perfeitamente em cima do fogão debaixo do exaustor. A Befana é uma personagem de origem popular que surge no último dia da quadra natalícia, trata-se uma bruxa velha, amiga e protectora das crianças, que na noite anterior, vai de casa em casa deixar doces, chocolates, rebuçados, e toda a espécie de guloseimas, dentro das meias que estão penduradas perto da chaminé, isto é, recebe todas estas iguarias a criança que se portou bem durante todo o ano, pois quem não se portou bem, ela enche-lhe a meia de "carvão", um carvão comestível claro, passo a explicar, este carvão é um doce mas com a mesma forma e côr do carvão, e é delicioso, pa...

"Receita de Ano Novo"

Receita de Ano Novo Para voçê ganhar belíssimo Ano Novo côr do arco-íris, ou da côr da sua paz, Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido (mal vivido talvez ou sem sentido) para voçê ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ser; novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior) novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, mas com ele se come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha, voçê não precisa de beber champanha ou qualquer outra birita, não precisa expedir nem receber mensagens (planta recebe mensagens? passa telegramas?) Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta. Não precisa chorar arrependido pelas besteiras consumidas nem parvamente acreditar que por decreto de esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos respeitados,...