E assim levou o vento desta noite, o amor. Levou também quase tudo. Levou tudo o que tinha para levar, numa lua cheia ventosa. Talvez nem tenha sido o vento a levar o amor, nem a lua cheia, mas o desgaste de tanta fita adesiva, de tanto remendo na mesma zona partida, uma e outra vez, até se tornar em vezes sem conta. Uma zona partida depois fica ferida, frágil, sensível e reclama ser sarada. Esta lua cheia, já foi há um pouco, mas isto que conto não, de facto a lua cheia não levou ontem o amor, mas a noite sim, levou muita coisa. Talvez tenha sido apenas uma lua nocturna. Texto: Clara Sofia
Fragmentos.