Dia que amanhece, tristeza que acompanha, melancolia do passado, revoltas no presente mastigadas lentamente. Olhares no vazio, que se cruzam quando passeio pela cidade, uma cidade esgotada e seca. E eu não gosto quando não me respondes. Quantos mal entendidos conseguimos criar, tanta coisa que deixamos a meio, inacabada. Por isso prefiro não falar. Mas falaria de tudo abertamente, mas por vezes não o faço, espero um momento certo, espero sempre demasiado tempo, espero sempre tanto. Depois chego a pensar que há coisas que não devem ser ditas, devem permanecer indizíveis e pacientemente maturadas, transformadas, coisas onde somente o tempo poderá falar por si. Texto: Clara Marchana Fotografia: Zena Holloway
Fragmentos.