O cume

Desaparecer devagarinho,
não deixar rasto,
ninguém se vê de verdade,
poucos vêem,
talvez nem ela se veja,
mas é essa a sua vontade,
correr para os braços do silêncio,
e pedir que a embale,
ali não há correrias de querer ser, não há comparações,
existe apenas um espelho que lhe devolve a verdade, sem deformações.
E quanto mais vemos menos somos vistos pelo outro.
Andamos tão preocupados em atingir cumes fora das nossas medidas que nos esquecemos de atingir a simplicidade,
que é o cume mais difícil de alcançar,
mas o mais generoso,
que nos enriquece desde o início do caminho.

Texto: Clara Sofia
Fotografia: encontrada na net sem identificação

Comentários

Ana Carvalho disse…
e por maiores que sejam os cumes ninguém os vê (acho eu)!
beijos
ana disse…
Clara,
Gostei muito deste poema.
Na simplicidade radica toda a beleza.
Vim do blog "A Dupla vida de V". Foi o acaso que me trouxe aqui mas precisava mesmo de ler estas palavras.
Boa tarde!
Só uma curiosidade: vive em Lisboa?
Quimera disse…
"correr para os braços do silêncio"... como eu a entendo...
É um texto muito belo. Obrigada! :)
bjo
Carissima Clara,vedo dal pulsare del segnale che sei presente in questo mondo virtuale.Pochi giorni fa,trovandomi qui in Lucania,ho sfogliato un'enciclopedia che adoperavo quando ero bambina.Chi trovo celebrata in una fotografia?
Marina Abramovic.
Complimenti per il testo qui inserito che ho potuto leggere in traduzione .
Un carissimo saluto cara amica mia.
Mariangela
Ola Clara,
Ce texte est très beau. Il est très beau mais je ne peux entièrement me l'appliquer car mon chemin, en qualité de land-artiste est celui que tu décris, ici. Je sais que je peux faire des progrès mais je ne crois pas être cette personne éblouie par la conquête en permanence. J'ai souvent eu d'ailleurs l'occasion d'en parler en public, lors d’expositions pour expliquer que le land art, ne se résume pas à faire quelques photos.
La démarche se veut aussi humaine, de recherche de la simplicité et de la sincérité.

Bravo pour ton blog.

Roger

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